sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Foz do Iguaçu é a 1ª Cidade a aprovar o Sistema Municipal de Cultura no Paraná

O dia 08 de Dezembro de 2009 entra para a história da cultura de Foz do Iguaçu. Depois de mais de 20 anos de luta do movimento cultural é aprovado o projeto de lei nº 162/2009 que cria o Sistema Municipal de Cultura (SMC), instrumento de democracia e aplicação de política pública de cultura para a cidade. Os Sistemas Municipais de Cultura que deverão ser criados em vários municípios brasileiros hoje fazem parte de uma discussão proposta pelo Ministério da Cultura e é uma das condições para participação no Sistema Nacional de Cultura (SNC). Com a aprovação da PEC 150 na Câmara dos Deputados em setembro, foi dado um passo importante para a aumentar a participação da cultura como uma das bases de sustentação socioeconômicas em nosso país e com a aprovação anterior do Vale Cultura podemos dizer que foi um ano significativo para a cultura do país. É claro que essa discussão que dura décadas ainda tem muita lenha pra queimar, mas sempre é importante lembra cada passo em direção a uma cultura democrática e de gestão co-participativa, assim conseguimos formar cidadãos mais conscientes e humanos e ao mesmo tempo respeitar esse setor que já representa mais de 7% do nosso PIB, quanto ao SMC, tenho orgulho de ter participado da elaboração desse documento desde o início com demais artistas dessa cidade e ter feito parte da contribuição construída pelo poder público, mas acredito ser importante lembrar mais uma vez que essa luta não começou hoje e nem tão pouco esse ano, mas a muitos anos atrás por diversos militantes da cultura, muitos já não estão mais em Foz do Iguaçu, mas com certeza tiveram sua importante participação, como podemos ver foi uma construção coletiva. Parabéns ao vereador Nilton Bobato pela luta na construção do projeto, parabéns ao prefeito municipal por encaminhá-lo a Câmara de Vereadores, parabéns a todos os militantes da cultura e parabéns a toda a sociedade civil e que ganha esse importante instrumento de ação cultural.
“Que os deuses da cultura e de todas as artes abençoem esse povo”

Juca Rodrigues

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O SISTEMA DE CULTURA

* Luiz Henrique Dias

A próxima quinta-feira, 03 de dezembro, pode entrar para a história da cultura da Foz do Iguaçu e do Paraná. Será votado na Câmara Municipal o projeto de lei, de autoria do vereador Nilton Bobato (PCdoB-PR), que cria o Sistema Municipal de Cultura e dá as bases para a construção do Fundo Municipal de Cultura. O projeto foi construído ao longo de todo o ano e passou por diversas adequações, a fim de se chegar a um texto coerente com a realidade da cidade e em ressonância com o Ministério da Cultura.
A cultura hoje, segundo dados do Ministério da Fazenda, representa 7% do PIB e produz trabalho e renda para 19 milhões de trabalhadores. O paradoxo está no terrível fato de o Ministério da Cultura, contar com menos de 0,4% do orçamento da união, expondo a visão preconceituosa com que nossos governantes sempre enxergaram a cultura, nunca vista como plenamente essencial ao desenvolvimento social e humano, no combate a desigualdade e violência.
Fazendo um breve histórico, durante a ditadura militar brasileira, com sua educação tecnicista e que privava ao cidadão o direito a pensar, o movimento cultural era tido como perversivo, ilegal e feito por radicais ao sistema. Os que produziam cultura, por outro lado, eram jovens e universitários, contrários a didatura militar, portanto, de elite. A cultura popular1 existia, mas escondida nos “guetos” das grandes cidades ou em comunidades isoladas. Após a redemocratização do país, pouco se fez pela cultura brasileira e, praticamente, nada pela cultura popular.
O primeiro sinal de mudança efetiva ocorreu no governo Collor, com a aprovação da Lei Rouanet, existente até hoje e o maior mecanismo de fomento cultural do país. A lei é elista e concentradora (hoje, 80% da verba aplicada em cultura fica na mão de menos de 3% dos beneficiados, mas já foi pior), beneficiando grandes grupos e empresas (Brasdesco, Globo, Vale), principalmente no eixo Rio-São Paulo.A lei propicia distorções da definição entre o “público” e o “privado”, uma vez que abre espaço para o marketing de empresas feito com recursos públicos.
Após a entrada de Gilberto Gil no Ministério (e posteriormente do atual ministro, Juca Ferreira), a lei começou a ser alterada e uma nova versão está pronta para ir ao congresso ainda no primeiro semestre de 2010. Durante o governo Lula, a cultura (principalmente a popular) passou a ser entendida como fonte de inclusão, desenvolvimento local e regional e redistribuição de trabalho e renda, além de seu caráter educacional, cidadão e de valorização do patrimômio material e imaterial.
Foi proposto o Sistema Nacioanal de Cultura e o Fundo Nacional de Cultura e centenas de Conferências estão acontecendo para se analisar, discutir e fazer emendas no SNC. Com o Fundo, a cultura passar a ter receita vinculada ao orçamento, de dotação obrigatória, como acontece com a educação e saúde. Fala-se em 2%, mas pode chegar a 2,5% conforme a articulação dos agentes culturais. Com a aprovação do Sistema Nacional de Cultura, do Fundo de Cultura e da nova lei de Fomento (ou novas), os estados e municípios deverão entrar em ressonância com o Ministério, organizando seus Sistemas (Estadual e Municipal), seus Fundos e os Conselhos de Cultura, fiscalizadores das políticas culturais e, em muitos casos, gestores dos Fundos. Tramita também no Congresso, o projeto do Vale-Cultura, importante para o acesso das camadas mais baixas aos produtos culturais, principalmente em grandes cidades. Os estados e municípios que não se organizarem, ficarão sem verba federal para cultura e precisarão vencer a pesada burocracia das leis de financiamento cultural para investimento cultural.
Foz do Iguaçu deve fazer parte de todo esse processo histórico. Pensando nisso, alguns grupos, políticos e cidadãos, ligados ao setor, estão organizando ações (orquestradas ou isoladas) para garantir o cumprimento dos prazos e metas. Desde 2009, o movimento cultural da cidade pedia a criação do Sistema Municipal de Cultura (SMC), vinculado à realidade do município e dentro dos parâmetros exigidos pelo Ministério. No primeiro semestre, foi apresentado o projeto do Sistema Municipal de Cultura, projeto de autoria do vereador e escritor Nilton Bobato. O texto, produzido sob a orientação técnica de Juca Rodrigues, foi construído com auxílio de diversos membros do movimento e colaboradores de diversas áreas (como gestão pública, finanças e jurídica) e, após passar meses em análise pelo poder executivo, chega à Câmara nesta quinta-feira, para ser votado e, se aprovado, volta à Prefeitura para regulamentação.
O SMC de Foz do Iguaçu, mesmo antes de aprovado, já é um dos mais avançados do país. Busca atender áreas estratégicas como cultura popular, artesanato gerador de renda e a valorização do patrimônio material e imaterial, além de propor a criação de um registro único, visando a catalogação dos agentes culturais (“alfabetizados ou não”), por região, área de atuação e acesso (ou não) a financiamento cultural, a fim de permitir, a longo prazo, maior universalização ao acesso a editais, recursos e, também, consumidor cultural. O projeto de lei que cria o SMC prevê a criação do Fundo de Cultura, vinculado a fiscalização do Conselho Municipal de Cultura e ainda abre espaço para debates mais específicos como, por exemplo, a renovação da Lei do Patrimônio.
A gestão cultural deve saber o caminho a ser seguido, uma escolha entre a eletização cultural ou o acessso universal (direito constitucional). Gerir cultura é entrar em uma grande e complexa sala de espelhos onde podemos compreender nossa própria essência ou, se não tomarmos cuidados, apreciar nosso terrível ego. O Sistema Municipal de Cultura é mais um canal de desenvolvimento social à cidade. Sua aprovação vai além dos votos dos vereadores, exige empenho de todos para que, depois de aprovado, tenha sua efetiva implementação.
1 - entenda aqui “cultura popular” como sendo as manifestações, individuais ou em grupo, folclóricas, religiosas ou afins, organizadas sem fins comerciais.

* Luiz Henrique Dias é escritor, produtor cultura, ator e estudante de Arquitetura e Urbanismo.

domingo, 15 de novembro de 2009

A Vida Conjugal no Soho


Teatro no bar quando não temos teatro.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Mais de 6 mil pessoas

O Festival Municipal e Mostra Nacional de Teatro edição 2009 atraiu mais de seis mil pessoas, entre as 7 mostras municipais, 16 nacionais, quatro oficinas, documentários, contação de histórias e sarau.
Confira os vencedores municipais:

Categoria Infantil
Melhor ator: Jean, pela interpretação de Preto em Flictis , com o grupo TAC

Melhor atriz coadjuvante: Bruna, pela interpretação de Vermelho em Flictis, grupo TAC

Atriz Revelação: Maria Rita, em Flictis, grupo TAC

Melhor Atriz: Isadora Santiago (narradora 1 em Flictis)

Prêmio especial de direção: Elisângela Vieira, Grupo TAC

Prêmio especial: espetáculo Flictis

Categoria Adulto
Melhor Ator: Robson de Souza, da Cia Teatral Vida é Sonho, pelo espetáculo "O Amor segundo
Shakespearre"

Melhor Direção: Evelyn Maguetta – Cia Teatral Vida é Sonho

Melhor espetáculo: "O Amor segundo Shakespearre"

Melhor texto original: "Um ato impensável", da Cia Teatral Betta

Melhor Figurino: "O Amor segundo Shakespearre"

Melhor maquiagem: "Sonhos de uma noite de verão", grupo YUBÁ

Melhor cenário: "Fica comigo esta noite", grupo TAC

Melhor atriz: Andressa Dutra da Costa, grupo Quarta Parede, com o espetáculo "Toc, toc coração"

Melhor ator coadjuvante: Marcel Lutkmeir , por "Sonhos de uma noite d verão", grupo YUBÁ

Melhor atriz coadjuvante: Aline Priscila Assis de Lima , por "Sonhos de uma noite de verão", grupo YUBÁ

Ator revelação: Rodolfo, por "Sonhos de uma noite de verão", grupo YUBÁ

Atriz revelação: Poliana Anderle, Cia Teatral Vida é sonho

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Zabelê Caxinguelê e o Romance Perfumado



Sala de cinema lotada, crianças espalhadas por todo o chão, começam a cansar de esperar, quando uma puxa o grito “começa”, todas acompanham , tamanha era a espectativa para assistir ao espetáculo do grupo Fantokids Teatro de Bonecos vindo de Maringá ,PR.
A peça que estava marcada para as 14 horas no Iguassu Boulevard, acabou atrasando 30 min, o que só fez aumentar a curiosidade dos mais de 400 espcectadores. Estavam todos lá, avós, filhos e netos. Essa apresentação também fez parte da programação do Festival de Teatro edição 2009.
Finalmente, abre-se o guarda chuva verde representando o pé de laranjeira escolhido por Zabelê e Caxinguelê para a despedida. Éh, Canxinguelê, marinheiro, terá de viajar e se separar temporariamente de sua Amanda, no entanto promete voltar o mais rápido possível, para que possam se casar.
“Fez sol, e fez chuva, e fez sol, e fez chuva, e fez sol...” ainda assim, Zabelê o esperava, cada vez mais angustiada, mas tinha a certeza de que ele viria. Com o passar do tempo muitos pretendentes pedem a mão da moça em casamento, porém, o amor dela por Caxinguelê a faz a todos dispensar e aguardar o grande dia em que ele atracará seu navio no porto para finalmente ficarem juntos.
Com uma trilha sonora lindíssima e envolvente o público bate palmas, torce pelo amor do jovem casal e se emociona com desfecho.
O gupo Fanto kids Teatro de Bonecos já existe há mais de 15 anos e participa de festivais por todo o Brasil, levando a arte e a criatividade paranaenses. É importante ressaltar que o grupo é composto por uma família, onde o pai é iluminador, os filhos trabalham com os efeitos sonoros e atuação e a mãe faz o papel de Zabelê.
Mal terminou uma apresentação, as cadeiras do cinema estavam novamente lotadas. Porque mesmo com muita gente sentando no chão, grande parte das pessoas que esperavam assistir o espetáculo não conseguiram entrar. Os produtores limpam e organizam o cenário, para que mais uma vez comece a saga de Zabelê e Caxinguelê em busca de seu romance perfumado.
Mariana Serafini

Festival de Teatro

A Fundação Cultural – organizadora e coordenadora do Festival de Teatro edição 2009 de Foz do Iguaçu – irá trazer doze grupos teatrais para a cidade durante os sete dias do evento, de 25 a 31 de outubro. O festival terá mostras Municipal e Nacional. Além de uma série de atividades, incluindo palestras, oficinas, workshops, saraus, exibição de documentário e exposições. Os espetáculos serão apresentados no Iguassu Boulevard e todas as exibições são gratuitas e abertas ao público.
Segundo o assessor cultural da Fundação Cultural, Juca Rodrigues, o Festival de Teatro objetiva oferecer debate e intercâmbio, valorização das artes cênicas e a promoção de maior integração dos grupos teatrais. "Um dos objetivos do festival é criar um intercâmbio cultural entre os grupos locais e os nacionais, movimentando o setor de teatro na cidade", comentou. Disse que a pretensão é que o festival se torne o terceiro maior evento do Estado, ao lado do Festival de Curitiba e do Filo – Festival de Londrina.
Programação - No primeiro dia (25), às 20h30, o público poderá prestigiar a apresentação da peça Alzira Power, do Rio de Janeiro. Vencedor do prêmio Molière de melhor texto, o espetáculo traz à tona a solidão, o sexo, a violência e os conflitos do cotidiano, em um relato tempestivo e humorístico, interpretado pelos atores Cristina Pereira e Sidney Sampaio. Outro grande espetáculo é O Evangelho, Segundo São Mateus, da Companhia Delírios, de Curitiba. Com direção de Edson Bueno, a peça será exibida no encerramento do festival, dia 31.
Segunda-feira (26) às 14h a Cia Teatral Vida é Sonho apresenta o espetáculo ‘Amor, segundo Shakespeare’. Às 16h é a vez do Teatro Amador do Colégio Cooperativa apresentar a peça ‘Fica comigo esta noite’. Ainda na segunda-feira, às 20h30, será exibida a peça ‘Paredes Revestidas’, do grupo Mercado Cênico de Campo Grande/MS.
Terça-feira (27) às 10h30 será apresentada a peça ‘Maria de Deus’, do Grupo Urucum de Teatro Experimental de Araraquara/SP. O Espetáculo será realizado excepcionalmente no Teatro Barracão, na Praça da Bíblia. Já às 14h é a vez do grupo Yubá levar ao palco do Iguassu Boulevard a peça ‘Sonhos de Uma Noite de Verão’. Às 20h30, o grupo Menades e Sátiros Cia de Teatro, de Presidente Prudente/SP apresenta o espetáculo ‘Mal Secreto’ (censura 18 anos).
Na quarta-feira (28) às 14h, o público infantil se encontrará para assistir à peça ‘Zabelê Caxinguelê e o Romance Perfumado’, produzida pela Fantokids Teatro de Bonecos, de Maringá. Às 20h, o público poderá conferir a peça ‘Vamos Falar Francamente’, do Núcleo 6 de Teatro, de Campo Mourão.
Já na quinta-feira (29) às 14h é a vez do espetáculo ‘Toc Toc Coração’, do grupo Quarta Parede, de Foz do Iguaçu. Às 16h, a Cia de Teatro Betta apresenta ‘Um ato impensável’. Em homenagem ao Ano da França no Brasil, às 20h será apresentado o espetáculo ‘La Musique est le Fil Conducteur de La Histoire’, de Jean Marie, diretamente de Paris. Às 21h15, a Cia Oriundo de Teatro, de Belo Horizonte/MG, sobe ao palco com a peça ‘O Lustre’.
Sexta (30) às 14 horas, a peça ‘Flicts’ do Teatro Amor do Colégio Cooperativa promete chamar atenção do público jovem. Às 16 horas, a Companhia Teatral L.C.A apresenta o espetáculo ‘Sorria!’. Logo mais, às 20 horas, tem a exibição da peça ‘Acontece no Brasil, enquanto o ônibus não vem’, da Cia Arte da Comédia, de Curitiba. Às 21h15, ‘A espera de Valentina’ será exibida pela Cia de Teatro Garimparisos, de São Paulo.
Encerramento - No dia 31, após a exibição do espetáculo nacional "O Evangelho, Segundo São Mateus”, acontecem as premiações das peças e o encerramento do festival.

fonte: ClicFozdoIguaçu

“Marias de Deus”


As roupas estendidas no varal, um pequeno altar, e a bacia de roupas a serem lavadas pelas Marias. Quem passava pela Paça da Bíblia ontem de manhã se deparou com esse cenário. Era uma apresentação do Grupo Urucum de Teatro Experimental (G.U.T.E), vindo de Araraquara, SP.

“Pois nós somos Marias, nós viemos do amor, nós nascemos da terra, à nossa Mãe o louvor”, esse era canto entoado para dar início ao espetáculo. Enquanto trabalham, as três Marias, contam suas alegrias, angústias, sonhos, frustrações, desejos, e principalmente seus amores por seus Josés.
Uma peça singela, que alcança seu objetivo de forma muito sutil, homenagear todas as Marias, todas as Mulheres. Ao decorrer do espetáculo, quando menos esperamos estamos completamente envoltos pelas histórias das Marias, torcendo para que tudo dê certo, nos sentimos também uma quarta, quinta, sexta... Maria. E no final, assim como na vida real, nem sempre termina como mais gostaríamos.


Ainda assim, o público gostou tanto, que o G.U.T.E foi convidado a fazer duas apresentações extras, uma nas Cataratas do Iguaçu, e outra no Colégio Estadual Monsenhor Guilherme.

Bravo!


Mariana Serafini

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Conferência Municipal de Cultura

21 de outubro de 2009 - Foz do Iguaçu
Programação

8h00 - Credenciamento

9h00 - Abertura: Composição damesacomaComissão Organizadorae apresentação do GTE (Grupo de Trabalho Executivo)

9h15 - Palestra: Políticas de Produção Cultural - Talitha Bianchini - Técnica de Cultura do Sesc Foz do Iguaçu

10h20 - Palestra: Sistema Municipal de Cultura de Foz do Iguaçu - Nilton Bobato - vereador, professor e escritor

11h00 - Palestra: Movimento HipHop e Políticas Culturais para a Juventude de Periferia - Wilson Alves (Will Capa Preta) - Coordenador Estadual da Nação Hip Hop, Presidente da Ass.dos Quatro Elementos da Cultura do Hip Hop

12h00 - Almoço

13h30 - Início dos trabalhos da tarde - Direcionamento para os eixos temáticos:

Mesa I: Gestão Pública da Cultura

Mesa II: Cultura é Direito e Comunicação

Mesa III: Patrimônio Cultural

15h30 - Coffe Break

15h45 - Eleição dos Delegados para Conferência Estadual de Cultura

16h30 - Leitura final das propostas apresentadas e dosdelegados eleitos na conferência

17h00 - Encerramento da Conferência

POLÍTICA PÚBLICA

Há exatos dez anos, eu (e muitos amigos) sonhava em ir embora da cidade por desacreditar em mudanças, tanto estruturais, quanto na matriz econômica. Foz do Iguaçu era governada como se governa algo que não amamos: sem comprometimento ou responsabilidade com o coletivo, com o público, em nome do individual. As ações do Governo Municipal (em praticamente todas as áreas) eram paliativas, momentâneas, insuficientes. Visavam apenas “apagar os incêndios” produzidos pela má gestão dos recursos públicos. Neste processo, a população era excluída das decisões que diziam respeito à sua própria vida. O processo decisório era de “cima para baixo”, voltado a atender o pequeno (e parasitário) grupo detentor do poder. Ir para longe, para outra cidade, não era, assim, apenas um sonho, mas uma necessidade, frente à incoerência de viver em sua terra e, ao mesmo tempo, vê-la tratada como bem privado.
Hoje, tanto na esfera Federal quanto Municipal, os métodos são muito diferentes. O Governo do presidente Lula inaugurou a “era da democratização da gestão pública”, dando à sociedade civil um caráter não só consultivo, mas deliberativo e, para isso, implementando consultas públicas inovadoras, muitas delas já previstas na Constituição Federal ou mesmo em leis complementares a esta, como o Estatuto das Cidades. Este, por exemplo, prevê, entre outros avanços, a realização de audiências públicas para tratar de assuntos voltados à vida de cada uma das pessoas.
Um exemplo a ser citado é a Cultura. O Presidente Lula vem tratando a Política Cultural com verdadeiro status de Política de Estado, alinhando-a ao maior programa de reestruturação da Educação Básica da história do Brasil, o Fundeb, e aos programas de Reestruturação da Universidade Pública (Reuni) e de acesso ao ensino superior (Prouni), além de diversas ações em praticamente todos os ministérios, orquestradas pelas mãos do operário que virou presidente e, mesmo sem ter cursado uma universidade foi, ontem, 14 de outubro, citado no jornal francês Le Monde como o “governante que dinamizou o ensino superior e inventou a universidade do século 21”, mostra clara do prestígio e valorização de nosso Governo frente à imprensa internacional, ao contrário da fiel escudeira da elite, a imprensa privada brasileira. Entre as diversas ações do Governo Federal, destaca-se a aprovação, ontem, 14/10, na Câmara de Deputados, o “Vale-Cultura” do trabalhador. O projeto caminha agora para o Senado Federal e, em breve, será mais um mecanismo de justiça, fomento e democratização do acesso à Cultura (para a população) e recursos (para os profissionais do setor). Além disso, a Conferência Nacional de Cultura, que acontecerá ainda em 2009, é um marco histórico. Com etapas estaduais, regionais e municipais, além dos grupos de debate espalhados por toda a sociedade, vai orientar as ações do Ministério da Cultura nos próximos anos, da mesma forma que as Conferências Nacionais de Educação e Comunicação, além de outras áreas, contribuirão para o desenvolvimento (modernização) das políticas públicas voltadas à sociedade.
A ressonância deste processo é visível em nossa cidade, governada pelo prefeito Paulo e por seu vice, Chico. Além dos conselhos formados por membros da sociedade civil, as Conferências Municipais entraram no calendário de atividades do município, em diversas áreas, visando atender a recomendação dos ministérios do Governo Federal e garantir às cidades, além de uma complementação orçamentária, a oportunidade de se construir política pública de “baixo para cima”, atendendo a verdadeira demanda, elencada pelo próprio cidadão ou entidade não governamental que o representa.
Em Foz, a Conferência Municipal de Cultura, marcada para o dia 21 de outubro, propõe um dia inteiro de discussões e debates sobre os rumos das políticas públicas de cultura em nossa cidade, além de levantar propostas a serem levadas às Conferências Superiores sobre o tema. Paralelo a Conferência Municipal, a Fundação Cultural, através do valente trabalho de Juca Rodrigues (PCdoB) prevê para os próximos dias o encaminhamento à Câmara Municipal do projeto de Lei, de autoria do Vereador Nilton Bobato (PCdoB), que cria (ou regulamenta) o Sistema Municipal de Cultura e, junto a este, o Fundo Municipal de Cultura. O projeto, praticamente pronto desde junho, sofreu algumas análises e adequações, a fim de se chegar a um texto coerente não só com os requisitos básicos do Ministério da Cultura, mas com a realidade cultural e econômica da cidade.
A Conferência Municipal (e as discussões sobre o Sistema) acontece junto com uma intensa movimentação dos grupos e agentes culturais na cidade. O ano de 2009 teve seu calendário tomado por ações culturais espalhadas por diversos pontos da cidade e atendendo os diversos públicos e bolsos. Desde os grandes eventos do Ano da França no Brasil até pequenos sarais literários e intervenções cênicas (de rua, em livrarias ou e em bares), os agentes culturais explicitam que a época da ignorância cultural universalizada acabou em Foz do Iguaçu. Ao mesmo tempo, o Movimento Pró-Construção do Teatro Municipal reaparece e ganha força (e adeptos) a cada dia, as instituições de ensino superior se interessam ao processo e a sociedade civil percebe a importância de, após investimentos maciços em educação, surgir à preocupação com a Cultura dos cidadãos e cidadãs.
Vivemos, portanto, um período de transição único. A política pública de cultura se tornou, inegavelmente, a pauta da discussão sobre o tema e os agentes culturais foram chamados, não para se receber esmola, mas para colocarem sua experiência a favor da cidade, através da contribuição ao debate e na proposição de linhas de atuação a serem seguidas poder público. Temos que criar uma cidade melhor para nossos filhos e esquecer um pouco nosso individualismo terrível. Não podemos permitir que a chama se apague e um novo retrocesso aconteça, caso contrário, os filhos desta cidade (por nascimento ou opção) vão continuar a sonhar com outras terras, provavelmente, bem distantes daqui.

* LUIZ HENRIQUE DIAS DA SILVA é escritor, estudante de Arquitetura e Urbanismo e Secretário de Organização Política do PcdoB de Foz do Iguaçu.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Os Livros Invadiram a Calçada

Quarta-feira a tarde, precisamente 17h horas, quem passou pela rua Jorge Sanwais, em frente livraria Sebo Cultural, presenciou uma movimentaç o estranha rotina da cidade.

Banquinhos de madeira espalhados pela calçada sobre um tapete vermelho, enquanto isso uma menina tocava algumas músicas no violão, ao mesmo tempo em que imagens coloridas eram projetadas na parede, e outras pessoas liam, ou simplesmente assistiam...
Foi assim que começou o sarau Papos Literários, produzido pelo coletivo de cultura Miró, e Cia de Teatro Amadeus em apoio ao Movimento Pró Construç o do Teatro Municipal.
O espaço cedido pelo sebo abrigou pessoas dispostas a ler, debater literatura, ouvir, escrever e acima de tudo, desenvolver cultura de qualidade em solo iguaçuense.
A menina que tocava era Bruna Parcianello, estudante do ensino médio, o repertório foi de Capital Inicial Beatles, passando por Kid Abelha e Paralamas do Sucesso. As imagem coloridas eram alguns curtas em animaç o, franceses, árabes e brasileiros.
Essa intervenção tinha o objetivo de ocupar a rua, convidar as pessoas a participar e apoiar o Movimento Pró - Teatro.
Assim que a música terminou, Luiz Henrique Dias, produtor cultural, fez uma pequena apresentaç o sobre os escritores Dalton Trevisan e Samir Mesquita e, leu alguns minicontos escritos por eles. Logo, os caros ouvintes passaram a ser também leitores e, principalmente, escritores. Parece estranho, mas Dias ministrou uma pequena oficina sobre produção de minicontos, onde as pessoas acabaram escrevendo seus próprios textos e apresentando-os uns aos outros.



Foi em meio aos livros, revistas, discos, cds; que o escritor Nilton Bobato fez uma pelestra sobre o curitibano Trevisan. Fez comparações entre as primeiras e últimas obras do autor, leu alguns contos, comentou as influências como, por exemplo, Edgar Allan Poe. E destacou o estilo literário de Trevisan, rico em descrições detalhadas utilizando a linguagem do cotidiano. Deu dicas aos futuros contistas ali presentes, "vocês devem prestar atenção a tudo que acontece, e principalmente se ater aos detalhes, uma boa descrição dos fatos é fundamental" ensinou.

Para terminar, o prdutor Moacir Ferreira escolheu um conto do livro Prosa de Sacada, lançado em 2004 por Nilton Bobato, para ler e encerrar as atividades. No entanto, as pessoa continuaram ali sentadas em seus banquinhos, lendo, discutindo, trocando livros, até a noite chegar, afinal, quem tem medo de vanpiro?
Mariana Serafni

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

EM DEFESA DA CULTURA DE FOZ

Caros amigos,

lutar pelo teatro municipal vai além do simples fato de querermos um espaço para apresentações e eventos. Lutar por um Teatro Municipal é, simbolicamente, lutar por todo movimento cultural de nossa cidade, estado e nação. É lutar por um espaço que, tanto por sua forma quanto por sua função, exerça o poder mágico da arte no coração dos homens, mulheres e, principalmente, crianças, para expandir a consciência, a educação e o respeito ao patrimônio, em todas as faixas etárias e sociais, valorizando a cultura local e o intercâmbio.

O Movimento em Pró da Construção do Teatro Municipal de Foz do Iguaçu volta ao palco para discutir não só o espaço, mas a política para ele e para a cidade. Contestar, como é a função do artista, com governos, sociedade civil organizada e iniciativa privada até que ponto a visão assistencialista sobre a classe artística é benéfica para a Foz do Iguaçu. Mostrar o quanto a arte pode incluir indivíduos, ajudar pessoas e sensibilizar os cidadãos, abrindo os olhos dos indivíduos para um mundo melhor.

Através de ações artísticas podemos levar mensagens e ideologias, fazer rir e chorar, cantar e encantar, gerar emprego, renda e inclusão social de qualidade e sustentável. Um povo culturalmente desenvolvido sabe valorizar suas raízes e leva-las para as próximas gerações, com respeito, inovação e criatividade.

Nossa cidade passa por um período de mudanças nunca antes visto, com investimentos maciços em educação e trabalho em todas as áreas e por todas as esferas do poder. Teremos uma Universidade Federal, Centros de Educação Tecnológica Federal e Estadual, mais Centros de Convivência Escola Bairro, expansão de nossa malha viária e adequação dos serviços públicos para atender toda a nova demanda demográfica e no setor cultural não pode ficar de fora! Qual o destino cultural para nossos alunos no Ensino Básico? Como atenderemos a nova demanda por produto artístico vinda junto à Universidade Federal? O quê podemos fazer para melhorar as condições dos artistas locais, há anos valentes lutadores e vencedores? São perguntas que o Movimento quer buscar respostas junto à comunidade.

Assim, amigos, não queremos só um teatro. Queremos um espaço nodal de toda uma política cultural para a cidade, de onde possam sair tentáculos para cursos de música, dança, artes plásticas literatura, cultura popular e lírica para todas as regiões da cidade. Queremos lutar por museus, bibliotecas (fixas e itinerantes), centros de cultura e artesanato, cursos de capacitação e profissionalização da classe artística, além da preparação das entidades e cidadãos para respeitar a cultura e valorizar os agentes locais.

Não queremos apenas um teatro para mostrarmos ao mundo que sabemos fazer um prédio bonito. Queremos uma cidade melhor para todos, com educação, saúde, cidadania, planejamento, auto-estima e, é claro, cultura.

Forte abraço e junte-se a nós!


Luiz Henrique Dias da Silva
Escritor e Ator
Movimento Pró Teatro

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Procura-se

O artista em Foz do Iguaçu não tem uma casa.